quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Da Silva no Sonzera - 15/09

 
Foto: Luiz Roberto Moreira
Da Silva:

Por Fabiano Melo

Com um nome originado no império Romano, quando era utilizado para denominar os habitantes de regiões de matas ou florestas, já que em latim , Silva, significa "Selva" e aqueles que utilizavam como patronimíco, eram os habitantes da Península Ibérica(Portugal e Espanha), daí para o Brasil, foi um pulo, ou melhor dizendo, uma grande viagem trans-atlântica que disseminou e enraizou o uso generalizado em terras brasileiras do real significado do referido aposto: Raiz, contribuindo assim, para a criação de um rosto, uma face, uma performance, daquilo que costumamos chamar de brasilidade.
E justamente imbuído desse espírito de pertencimento, sem resvalar para frágeis regionalismos, que surge no panorama brasileiro, mais especificamente no cenário musical brasiliense, o Da Silva, integrada por Claúdio Bull(voz), Mauricio Barcelos(baixo),Thiago Lima(bateria), André Pires (Teclado), Caíque Barbosa (guitarra/groovebox), verdadeiros "Les ' Enfant Terrible" do Planalto Central, invocam os Vates, Menestréis, Poetas, Loucos e arquitetam uma nova e inusitada sonoridade com a sutileza de todos os Deuses, sejam lá eles quem forem; a intuição pródiga de um Rimbaud;  a provocação instigante de um Jim Morrison, o requinte  e o refinamento cool de um Luchino Visconti e a solidez digna de um Niemayer, sem falar, claro na beleza insinuante de seus integrantes, herdeiros diretos de James Dean.
Com todo esse legado, é de se esperar da banda um esmerado trabalho autoral, com múltiplas possibilidades sonoras, proporcionadas por uma extensa cultura eletrônica de seus integrantes, habilitados que são, num extenso referencial poético, literário e, sobretudo cinematográfico, já que as suas composições são verdadeiros Road-movies, representando um surto de criatividade aliado  há um ar inovador e original que sacudirá a letargia  que domina a cena  do panorama musical brasiliense.
Sem resvalar para frágeis regionalismos ou insistir em desgastadas tendências, o Da Silva, Transita, navega, transpõe e traduz com a mesma naturalidade um Vicente Celestino, em sua deslumbrante interpretação de "Lua Branca" com a mesma maestria em que une num mesmo Clube, agora não mais o da Esquina; mas aliado a eles, convidam  para essa divagação antropofágica The Smiths, Chico Science, Caetano Veloso, Metro, Legião Urbana, Picassos Falsos, Julio Barroso ou Gui Borato.
Que ancorados na heráldica simbologia do seu nome, Oxalá, o Da Silva finque definitivamente as suas raízes e evocações sonoras por esses Brasis afora!!!

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