Foto: Luiz Roberto Moreira |
Da
Silva:
Por Fabiano Melo
Com um
nome originado no império Romano, quando era utilizado para
denominar os habitantes de regiões de matas ou florestas, já que em
latim , Silva, significa "Selva" e aqueles que utilizavam
como patronimíco, eram os habitantes da Península Ibérica(Portugal
e Espanha), daí para o Brasil, foi um pulo, ou melhor dizendo, uma
grande viagem trans-atlântica que disseminou e enraizou o uso
generalizado em terras brasileiras do real significado do referido
aposto: Raiz, contribuindo assim, para a criação de um rosto, uma
face, uma performance, daquilo que costumamos chamar de
brasilidade.
E justamente imbuído desse espírito de
pertencimento, sem resvalar para frágeis regionalismos, que surge no
panorama brasileiro, mais especificamente no cenário musical
brasiliense, o Da Silva, integrada por Claúdio Bull(voz), Mauricio
Barcelos(baixo),Thiago Lima(bateria), André Pires (Teclado), Caíque
Barbosa (guitarra/groovebox), verdadeiros "Les ' Enfant
Terrible" do Planalto Central, invocam os Vates, Menestréis,
Poetas, Loucos e arquitetam uma nova e inusitada sonoridade com a
sutileza de todos os Deuses, sejam lá eles quem forem; a intuição
pródiga de um Rimbaud; a provocação instigante de um Jim
Morrison, o requinte e o refinamento cool de um Luchino
Visconti e a solidez digna de um Niemayer, sem falar, claro na beleza
insinuante de seus integrantes, herdeiros diretos de James Dean.
Com
todo esse legado, é de se esperar da banda um esmerado trabalho
autoral, com múltiplas possibilidades sonoras, proporcionadas por
uma extensa cultura eletrônica de seus integrantes, habilitados que
são, num extenso referencial poético, literário e, sobretudo
cinematográfico, já que as suas composições são verdadeiros
Road-movies, representando um surto de criatividade aliado há
um ar inovador e original que sacudirá a letargia que domina a
cena do panorama musical brasiliense.
Sem resvalar para
frágeis regionalismos ou insistir em desgastadas tendências, o Da
Silva, Transita, navega, transpõe e traduz com a mesma naturalidade
um Vicente Celestino, em sua deslumbrante interpretação de "Lua
Branca" com a mesma maestria em que une num mesmo Clube, agora
não mais o da Esquina; mas aliado a eles, convidam para essa
divagação antropofágica The Smiths, Chico Science, Caetano Veloso,
Metro, Legião Urbana, Picassos Falsos, Julio Barroso ou Gui
Borato.
Que ancorados na heráldica simbologia do seu nome, Oxalá,
o Da Silva finque definitivamente as suas raízes e evocações
sonoras por esses Brasis afora!!!
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